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sexta-feira, 25 de junho de 2010

Um ano sem Michael Jackson

É, hoje faz um ano que morreu Michael Jackson.

Óbvio que o cara é adorado por todos, ídolo mundial, mas vou falar do que ele significou pra mim.

Eu tenho um irmão 9 anos e uma irmã (autora desse blog, Alda) 6 anos mais velhos que eu, então desde que me entendo por gente, eles já escutavam Michael e eu, por osmose, desde pequenininha escuto também. Imagina anos 70, o grande ídolo da música era negro.

Negro sim, e mesmo que se façam mil piadas, comentários, o Michael jamais deixou de ser negro. E também dúvido que a sucessão de plásticas malucas tivesse o objetivo de deixar de ser negro. A loucura dele o faria fazer as mesmíssimas plásticas se ele fosse loiríssimo de olhos azuis e cabelos lisos ao vento.

A mudança dele não tem nada a ver com raça e sim falta de aceitação da sua própria imagem corporal. Quantos de nós não nos torturamos pelo que somos? Só que nós temos limite, e o Michael vivia num mundo em que tinha tudo à disposição, o céu era o limite. Que médico não ia querer ter uma cirurgia no grande MJ no seu currículo mesmo que isso parecesse loucura? Que assistente diria pra ele que ele estava exagerando, que ele estava bizarro? Isso sem contar a própria doença mental dele.

Não o estou desculpando por nada, só tenho uma visão mais generosa dele. Um artistinha qualquer tem seus 15 minutos de fama e pira. Imagina um mundo inteiro te chamando de rei, chorando, desmaiando, se descabelando por você? Se não tiver uma baita estrutura familiar e psicológica - duas coisas que o Michael estava longe de ter - é difícil segurar a loucura.

Voltando ao Michael, ele foi realmente o cara. Ele foi O cara. Vai demorar anos até que alguém se assemelhe em originalidade e talento. Já reparou como TODOS os artistas hoje em dia ainda sugam da essência do Michael? Olha esse clipe do Ne-Yo como é cópia escancarada:




E essa performance histórica do Chris Brown no VMA's de 2007? Totalmente Michael. E ele ainda faz uma homenagem declarada no fim da coreografia.



Todos ainda copiam. O Michael trouxe um frescor e uma genialidade à música inigualáveis. Pelo menos ao gênero que lhe impuseram, o "pop".

E mesmo o que não foi totalmente original dele, ele tornou genial. Tipo o Moonwalk. Vocês sabiam que não foi invenção dele? O criador do famoso passo foi um sapateador americano chamado Bill Bailey, e na época era chamado de "Backslide". Vejam:




E o Michael transformou nisso:



Essa foi a primeira vez que o Michael apresentou o famoso Moonwalk, que certamente ficaria apagado na obscuridão do passado caso ele não o tivesse trazido à tona, portanto ele não só copiou, como tornou novo.

(Repararam que a roupa do Ne-Yo é igual à do Michael nesse clipe?)

Goste ou não, não tem como negar a importância dele. Como ele - ouso dizer - mudou o mundo da música.

Michael pra mim e pra meus irmãos foi mais que ídolo, foi como se fosse nosso irmão, nosso vizinho que vinha brincar e ensinar uns passos novos pra gente arrasar na festa no play.

E eu ainda não consigo acreditar muito que o Michael morreu. Pra mim ele está de brincadeira, escondido em Neverland, rindo da nossa cara, finalmente desfrutando de um pouco de liberdade.

Imagina só se fosse verdade.





Um comentário:

Bianca disse...

Que linda homenagem, Cata. A que eu gostaria de ter feito, pois para mim MJ sempre foi ABSOLUTAMENTE GENIAL. Um cantor afinadíssimo, um dançarino irretocável, puro ritmo. Artisticamente perfeito. E quem conviveu com ele na intimidade, o descreve como uma pessoa linda, um menino doce, como a do último vídeo que você postou e que me emocionou. É essa a imagem que construí dele e que guardo com muito carinho. Valeu, amiga! Bjo.